segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Seres orgânicos e inorgânicos

 

Seres orgânicos e inorgânicos, “A Vida e a Morte”.

Palestrou no Ceifa Sr. Frossard

O capítulo IV do livro dos Espíritos é voltado especificamente para tratar sobre este assunto.

Os tópicos abordados nessa parte da obra são, em ordem: “seres orgânicos e inorgânicos”, “A Vida e a Morte”.

Há algo que anima o nosso corpo material que, com a chegada da morte, deixa a matéria para apodrecer e parte para uma nova existência.

O que é esse algo? Como Kardec enxerga esse fenômeno sobre o corpo orgânico e o princípio vital?

Até aqui, já temos a ideia de que o corpo, para Kardec, não se constitui tão somente de material biológico.

O corpo biológico, como bem sabemos, é constituído, primeiramente por átomos e moléculas.

A união entre as moléculas forma as células, que por sua vez, vão formar os tecidos.

Um nível mais acima estão os órgãos que, unidos, formam os diferentes sistemas do corpo, como o sistema digestivo e o sistema respiratório, por exemplo.

E então, finalmente, a junção de todos esses sistemas formará ao que chamamos de “organismo”.

No início do capítulo IV, intitulado “Principio Vital”, em sua obra “O Livro dos Espíritos”, Kardec expõe sua definição de “seres orgânicos” fazendo a distinção entre estes e o que ele vai chamar de “seres inorgânicos”:

Os seres orgânicos são aqueles que têm, em si mesmos, uma fonte de atividade íntima que lhes dá a vida. Eles nascem, crescem, reproduzem-se por si mesmos e morrem. São dotados de órgãos especiais para realizarem os diferentes atos da vida e que são apropriados às suas necessidades de conservação.

Compreendem os homens, os animais e as plantas.

Os seres inorgânicos são todos aqueles que não têm vitalidade, nem movimento próprio e não se formam senão pela agregação da matéria. Tais são os minerais, a água, o ar e etc.

O ser humano, por sua vez, se encontra dentro do primeiro grupo, o dos seres orgânicos.

No entanto, as leis naturais que vão agir sobre os ser são as mesmas.

Neste ponto, o que nos interessa é entender quais são essas leis e como elas agem nos seres, para mais à frente falarmos especificamente sobre as causas da morte.

Fará toda a exposição acerca da relação dos corpos matérias com chamado “Princípio Vital”.

Essa exposição se estrutura na forma de perguntas e repostas, como visto a seguir no primeiro item do capítulo em que se aborda o emprego da “Lei da atração” na matéria:

Ainda que diferentes, os seres orgânicos e inorgânicos, como dito anteriormente, estão expostos às mesmas leis. Uma dessas leis é a “lei de atração” que, segundo Kardec, é uma das leis inerentes (ao lado das leis de gravidade, coesão, afinidade, magnetismo e eletricidade ativa) a um fluido primitivo chamado éter, que é o fluido gerador do mundo e dos seres.

Mais à frente, Kardec dá a sequência ao seu método de perguntas (feitas aos espíritos) e eles respostas de forma a estruturar passo a passo e de maneira didática cada informação sobre as influências a que estão submetidos os seres.

Após explicar que a lei de atração é a mesma para todos os seres, sejam eles orgânicos ou inorgânicos, o próximo tópico é destinado à matéria de que são feitos os corpos.

Existe alguma diferença entre a matéria dos corpos orgânicos e aquela dos corpos inorgânicos?

A matéria é sempre a mesma, porém, nos corpos orgânicos, está animalizada.

A atenção agora, se volta aos seres orgânicos, grupo a que os seres humanos estão inseridos e que, na realidade, vem a ser a principal preocupação de Kardec.

Até aqui, seres orgânicos e inorgânicos, apesar de serem constituídos da mesma matéria, ainda que possuindo estruturas diferentes entre si, possuem uma diferença primordial que faz com que os seres orgânicos possuam tipos de dinâmica única entre os demais seres.

Essa diferença está na “animalização” dos corpos orgânicos.

Vejamos, então, os tópicos em que são abordados a causa da animalização da matéria e como essa se constitui:

Qual é a causa da animalização da matéria? (Sua união com o princípio vital)

O princípio vital reside num agente particular ou não é mais que uma propriedade da matéria organizada; numa palavra, é um efeito ou uma causa?

(É uma e outra coisa. A vida é um efeito produzido pela ação de um agente sobre a matéria; esse agente sem a matéria não é a vida, da mesma forma que a matéria não pode viver sem esse agente. Ele dá a vida a todos os seres que o absorvem e assimilam).

Pode-se dizer, então, que o princípio vital é a causa primária que dá vida e animaliza os seres orgânicos.

Por princípio vital podemos dizer que, este, enquanto força motriz dos corpos orgânicos, estende-se não só entre os seres humanos, como também a outras espécies.

Isto é, o Princípio Vital é o que faz os corpos orgânicos se moverem.

Ainda em relação ao Princípio Vital, é possível dizer que este, além de ser a causa do movimento dos corpos orgânicos, também é o que liga o espírito a matéria, ou seja, é importante não confundir o Princípio Vital com o Espírito, pois este último também depende do primeiro para agir.

Segundo Kardec, o Princípio Vital age como intermediário entre o espírito e a matéria, como um elo entre os dois.

O princípio vital, diferentemente do Espírito, está ligado à vitalidade do próprio corpo orgânico, ou seja, às questões internas, dando funcionalidade a elas.

Nas palavras de Kardec: “O conjunto dos órgãos constitui uma espécie de mecanismo que recebe estímulo da atividade íntima ou princípio vital que existe neles”.

A partir do momento em que o Princípio Vital começa agir sobre os órgãos, estes também passa a ser estimulado e desenvolvido pelo próprio funcionamento orgânico.

A título de exemplo, Kardec compara a ação de um sobre o outro com o atrito que gera o calor.

Medo da Morte

 

Medo da Morte

Palestrou no CEIFA Sr. Frossard

Na codificação espírita, um dos pilares que sustenta a doutrina, Kardec fala que a morte não é um fim.

A morte se torna um acontecimento futuro e inevitável a partir do nascimento, assim vida e morte parecem popularmente se contrapor.

Más “algo” no indivíduo perdura após a sua morte e parte em direção a uma nova existência, daí se conclui que a morte não é o fim da vida, mas sim apenas uma etapa dela, assim como o nascimento.

Vejam só: entre os anos de 2007 e 2016, do total de 1307 teses e dissertações defendidas em Ciência da Religião no Brasil, somente 27 abordaram o tema da Morte, será que temos medo, preconceito ou os dois juntos? O que você acha?

Olha a definição linda: A morte, no sentido mais amplo, é um fenômeno da vida “Martin HEIDEGGER, 2012 filósofo alemão.

É importante saber que, não serão abordadas todas as características que compõe o complexo sistema de Kardec ao que se refere à morte, e nem é a nossa intenção dar conta de cobrir todos os pontos de ligação entre um assunto e outro, já que a doutrina espírita se estrutura de forma que seus componentes apresentam-se de maneira interdependentes, tomando assim uma consistência “orgânica”, difícil de dissociar uma parte da outra, correndo o risco de tornar incompleto o estudo de uma parte isolada.

Todo o sistema espírita está pautado no mecanismo da reencarnação. Em outras palavras, o indivíduo nasce, envelhece, morre e nasce novamente, constituindo dessa maneira um ciclo no qual a vida e morte estão interligados, e não contrapostos.

A morte é tão somente uma etapa de nossa existência, na qual teremos de vivenciar não apenas uma vez, más muitas.

No entanto, para Kardec essa mecânica não se apresenta meramente como um sistema, e sim como uma explicação definitiva.

Dado o teor científico que constituem as suas obras, toda informação é testada e comprovada, porém, não por um método estatístico indutivo ou por um método dedutivo, mas sim pela observação dos fenômenos e pela comprovação direta dos espíritos desencarnados, com dito no trecho a seguir por Kardec:

A doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro.

A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não são os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, as todas as peripécias da vida de além-túmulo.

A certeza que a morte é um tipo de renascimento transforma a angústia diante de sua inevitável chegada em ansiedade.

Não uma ansiedade por morrer, mas uma ansiedade por conhecimento, por querer saber o que está além do túmulo. A espera pela morte passa a ter um novo tom.

“Não é mais permissível a dúvida sobre o futuro, desaparecendo o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não do nada”.

(Kardec) É com essas palavras que Kardec encerra o segundo capítulo, intitulado “Temor da Morte”, de sua obra “O Céu e o Inferno”. O medo da morte não é mais aceitável, não é plausível.

Segundo Kardec, esse temor é atribuído a duas fontes: ao que ele chama da “Providência”, isto é, uma intervenção divina, e também ao instinto de conservação, comum a todos os seres viventes.

Ainda sobre o instinto de conservação, o autor prossegue dizendo que: Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento (Kardec).

Os conceitos de “esclarecimento” e “evolução” são de suma importância para a compreensão dos fatores fundamentais que levam o indivíduo a temer a morte.

Em relação ao esclarecimento, este vem ligado à noção de compreensão.

O indivíduo, primeiro, precisa compreender a vida futura, isto é, a imortalidade do espírito, para gradativamente fazer sumir o temor da morte.

O esclarecimento vem acompanhado da calma diante da finitude material, pois, sabendo que após essa existência faremos a passagem para outra existência e que, e outra existência não nos colocará diante do fim absoluto, não há o que temer.

E de maneira sincrônica ao esclarecimento, a evolução acontece. Segundo Kardec.

No espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real.

O esclarecimento leva à evolução, que leva a mais esclarecimento, fazendo o indivíduo entender que a vida real é a que está além da morte.

Outra noção básica da nossa doutrina kardecista necessária para a compreensão de toda sua estrutura é o conceito de “missão”.

Cada indivíduo vivo possui uma “missão pessoal que precisa ser cumprida durante a sua existência. Sobre como o temor da morte influencia essa “missão”, voltemos ao trecho onde Kardec diz: “(...) sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e negligenciar o trabalho terreno.

Portanto, o medo da morte não apenas se apresenta como um sintoma da baixa evolução do indivíduo, como também serve de “freio” para que este não deixe para trás a sua missão e viva apenas esperando o momento da morte.

Podemos concluir, então que todos os detalhes vão acontecendo de forma dosada ao passo que vão estruturando ao mesmo tempo em direção à evolução, isto é, todas as peças se encaixam conforme seu tempo.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Ergue-te e anda - Artur Valadares

 

Ergue-te e anda - Artur Valadares

Fonte:- https://www.youtube.com/watch?v=BKDX23OwGYg

 

Base para Reflexão da noite do dia 19/01/2024: Serginho no CEPAC

Ø Reflexão compartilhada em um estudo de Artur Valadares

Ø Evangelho de Lucas – Capítulo 13 – versículo 33

Ø Livro dos Espíritos

Ø Livro Pão Nosso – capítulo nº 20

Ø Livro Fonte Viva – Capítulo 13

Ø Livro dos Espíritos

Ø Livro Caminho, Verdade e Vida - capitulo 84

 

Prezados amigos e amigas um boa noite para todos nós, que Jesus nosso querido mestre e amigo possa envolver a todos No Clima da sua paz do seu amor da sua misericórdia sem fim a fim de que aqui sintamos acolhidos pela espiritualidade presente em nome do Cristo vem espargir abundantemente as sementes de vida eterna do Evangelho.

Que o Cristo siga inspirar e iluminar a todos nessa sementeira, sobretudo nestes tempos em que a luz do Consolador, se faz ainda mais viva emoldurada que está pelos conflitos e pelas angústias que envolvem a tantos corações e consciências, que essa Candeia Sublime que o Senhor nos ofertou, que se faz da Clemência divina, como nos disse o espírito de verdade.

Possa resplandecer ainda e sempre cada vez mais nestas terras, naturalmente além por meio da chama que se acende nos corações de todos.

Que o Senhor nos abençoe nessa noite de reflexões.

 

O evangelista Lucas, no seu Capítulo de número 13 no versículo de número 33, nos traz o registro de uma fala do mestre naquela conhecida viagem a Jerusalém, que é registrada por Lucas em seu evangelho. Viagem é essa, que se inicia no Capítulo de número 9 segue adiante por vários capítulos, e nesse momento em específico, o evangelista traz-nos a consideração do próprio Mestre, quando diz:

“...importa, porém, caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã”.

 

Em outras palavras importa caminhar sempre.

No entanto, a natureza dessa caminhada, pede nos reflexão, porque nem sempre o movimento da Alma existirá onde ele aparenta existir. E muitas vezes o movimento da Alma será mais efetivo onde ele não se mostra tão Expresso ou tão ostensivamente. Porque é preciso, saibamos diferenciar a jornada pelas circunstâncias do mundo. Jornada é essa muitas vezes percorrida pela criatura afoitamente a caça das situações efêmeras ou ilusórias de prazer, de destaque, de Triunfo mundano, mas há também uma outra jornada, essa a definitiva.

Essa é essencial, que nem sempre estará acompanhando essa jornada de caráter mais exterior pelas situações, pelas circunstâncias do mundo. A jornada da personalidade, mas a jornada do espírito e essa sobretudo, a que precisamos buscar.

Sobre essa, Jesus falava quando nos dizia “imperioso se faz caminhar hoje amanhã e sempre”.

 

Porque muitas vezes a criatura que se movimenta no mundo, correndo para lá e para cá, desdobrando sem esforços, desdobrando-se em cansaços, em empreendimentos, em realizações do mundo. Muitas vezes, essa criatura não estará propriamente a realizar a jornada fundamental.

 

Ao passo que encontraremos espíritos paralisados numa cama, num leito de Dor, de enfermidade, que estarão avançando a longos passos para Deus. Porque essa é uma jornada, que se percorre sobretudo portas a dentro do ser. E que dificilmente é vista apenas da perspectiva material ou pelos olhos físicos. É preciso sensibilidade para ver o quanto uma alma tem efetivamente jornadeado com Cristo.

 

Por isso, só comentar esse versículo aqui mencionado. no livro pão nosso, Capítulo de número 20, em uma mensagem muito interessante chamada a “Marcha”.

 

Emmanuel nos dirá, que muitas vezes quando a criatura julga estar nos mais altos pontos da jornada nos momentos triunfantes ou culminantes, para a sabedoria divina, ela não estará se não estagnada a contemplar fogos e fatos, a contemplar Ilusões muitas e muitas criaturas que se moveram que gastaram muito de sua energia e de seu tempo em laboriosas jornadas do mundo, mas em espírito, permaneceram apegadas estagnadas as mesmas ilusões de séculos, sem que efetivamente no país desconhecido de si mesmas, tenho dado passos, mas valorosos em direção a objetiva essencial.

Então, o que Emmanuel, está a nos dizer, é que do ponto de vista do mundo espiritual, para a sabedoria divina, para os benfeitores que nos acompanham a séculos, muitas vezes quando a criatura julga ter jornadeado muito e alcançado pontos culminantes, do lado de lá eles estão a lamentar vendo que a criatura, se prende as mesmas ilusões que perseguia a tanto tempo. Ao passo que às vezes a criatura estando presa no mundo, a determinados a determinadas experiências dolorosas, provas desafiadoras, aparentemente presa amarrada aquilo em Espírito, ela avança, mas livre mais consciente mais madura, e o alto então comemora, o espírito que atado aos deveres e aos sacrifícios que a vida lhe impõe avança por dentro de si, para outros planos de entendimento e serviço com Jesus. Como não nos recordarmos aqui, para ilustrar bem o que estamos a falar, da figura de um Jerônimo Mendonça. Atado à aquela cama, paralítico no mundo. No entanto, creio nenhum de nós há de duvidar do quanto avançou aquela alma. Por outro lado, quantas almas não deixam este mundo depois de laboriosa Jornadas em que construíram impérios, em que ornamentaram e muito a personalidade, mas chega ao mundo espiritual, para tomarem consciência da marcante realidade de que pouco quase nada avançaram em espírito.

 

Jerônimo nasceu na cidade de Ituiutaba (MG), em uma família com grandes dificuldades materiais e teve uma infância normal.

Até os 15 anos de idade, Jerônimo frequentou a Igreja Presbiteriana onde fazia palestras. Porém, depois da morte da avó materna, ele sentiu a necessidade de conhecer mais sobre a vida além-túmulo.

Foi quando conheceu a doutrina espírita da qual se tornou adepto e passou a dirigir reuniões e eventos voltados aos necessitados.

Aos 17 anos, quando revelou-se um bom jogador de futebol, começou a sentir os sintomas da doença que acabaria por imobilizá-lo, a artrite reumatoide. Aos 19 começou a usar muletas e, sem encontrar uma cura na medicina, parou de trabalhar. Então, ele foi gradativamente a uma cadeira de rodas e depois a uma cama ortopédica. Somando-se a isto tudo, ele teve perda gradativa da visão e problemas cardíacos. Apesar das grandes dificuldades, ele sempre mantinha o bom ânimo e dava conselhos a milhares de pessoas que vinham lhe pedir  conselhos. Ele viajou o Brasil inteiro graças a um leito anatômico projetado para ele. (cama ortopédica)

Escreveu os livros: Crepúsculo de um Coração, Cadeira de Rodas, Nas pegadas de um Anjo, Escada de Luz, De mãos dadas com Jesus e Quatorze anos depois (em co-autoria). Deixou apontamentos que  foram organizados por Maria Gertrudes, o livro póstumo FLORES DO CORAÇÃO;

Fundou o Lar Espírita Pouso do Amanhecer, creche destinada ás crianças carentes, em Ituiutaba. Construiu o Centro Espírita Seareiros de Jesus, o Centro Espírita na zona rural Manoel Augusto da Silva, uma gráfica e uma Biblioteca, Após 50 anos de profícua existência, desencarnaram este homem maravilhosos que somente fez o bem às criaturas, sentindo dores não se queixava, solitário em seu leito, não reclamava e a todos atendia com a mesma presteza. O Gigante Deitado”, apelido dado por seus amigos e pela imprensa, e é o titulo do livro compilado por Jane Martins Vilela. Dele extraímos o seguinte e expressivo texto:

“Imagine o leitor, um homem totalmente paralítico, num leito há mais de 30 anos, sem mover o pescoço, cego há vinte anos, com terríveis dores no peito, necessitando do peso de quilos de areia para suportar essas dores! Esse homem resignado e sereno viajou pelo Brasil afora proferindo palestras, cantando, consolando e orientando centenas de pessoas”.

 

 

Então é preciso reflitamos, desde já iniciando essa nossa jornada na reflexão que nos foi proposta, é preciso reflitamos sobre o que é caminhar, o que é erguer, o que é andar de fato. Porque não podemos também deixar de nos lembrar de uma figura que é muito conhecida no cristianismo, e cuja vida ilustra bem para nós essa modificação na natureza da sua jornada. Saulo caminhava triunfante naqueles idos da sua Juventude tendo percorrido muito do entorno do Mediterrâneo, aurido muitos conhecimentos alcançados muitas glórias e muitos triunfos a seu ver imaginava avançava caminhava efetivamente naquilo que se propõe o serviço a Deus, no entanto, nessa perspectiva que aqui trouxemos, do ponto de vista espiritual os benfeitores que o acompanhavam. O próprio Cristo via, na verdade uma alma que havia se cristalizado em alguns aspectos do orgulho, da vaidade, do fanatismo. Que embora julgando muito fazer por Deus e pela causa Divina estava em verdade estacionada naquelas compreensões naquele orgulho que não queria ceder, um coração que não se abria ao convite renovador a Seara que se mostrava resistia aquele coração a todos os aguilhões que o senhor enviava como citando novamente ao movimento. Não o movimento exterior, em busca dos títulos ou dos números, em busca da sua missão de outras vidas ou da vitória nos embates intelectuais. Consultava o Jesus ao movimento interno que ele relutava em fazer, pegado aquelas antigas concepções ao orgulho a vaidade, relutava ele a todo custo. Mas é assim que se dá muitas vezes conosco na trajetória vamos caminhando, vamos seguindo a dinâmica da vida no mundo sem pararmos para analisar mais a fundo quanto temos caminhada em espírito surgem os aguilhões da vida, dores, desilusões, decepções, até o momento em que enfim a criatura cai em si, a criatura toma consciência de si e percebe então, que o que julgava ser avanço, era muitas vezes estagnação. Que o que julgava ser Progresso, Conquista, não era se não, o perseguir mais uma vez, de antigas quimeras, de antigas ilusões que nos cativavam ser. E assim muitas vezes que nós espíritos, que pelas escolhas infelizes, pelas ilusões ainda cultivadas, vamos nos encontrar na posição do Filho Pródigo, de repente ali nos vales de Sofrimento, de dor tendo despencado dos montes de ilusão em que nos considerávamos estar. É assim que Saulo então mais propício faz o ambiente naquele coração para ouvir esse imperativo da vida, Que tantas vezes o Senhor nos trouxe no evangelho. Com configurações diversas uma outra palavra que se altera mas o mesmo espírito uma vez reconhecendo nos caídos ou estagnados, quando julgarmos estar de pé e caminhando uma voz por dentro de nós é preciso levantar novamente, é preciso nos erguer e voltar a andar, voltar a caminhar, não mais naqueles antigos padrões, mas agora nessa perspectiva da jornada do espírito. Para nos ilustrar melhor essa condição pela qual Saulo passou e que é uma condição que se repete para os espíritos em Jornada,  cedo ou tarde numa outra existência em algum momento da caminhada,  recorremos a Emmanuel quando no Livro fonte viva Capítulo de número 13 nos traz uma reflexão em torno justamente da figura do Filho Pródigo, aquele que ainda em si, lidando em fim com a realidade de si mesmo, daquela estagnação espiritual de insensatez, se projetando aquela condição, ele pensa de si para consigo, certamente inspirado pelo alto, “levantar-me-ei e irei ter com meu pai”. Ele que havia jornadeado para tão longe de casa num movimento puramente exterior, enfim percebe que parada estava era preciso erguer-se novamente, que havia se arrojado por si mesmo naquele abismo, naquele vale de dor, de sofrimento, de ilusão. 

 

Mas então, mais propriamente a misericórdia ressoa no íntimo da criatura, convidando-a, e convidando-nos novamente, ao movimento da vida, ao descrever a condição do filho pródigo que não é senão uma imagem de todos nós. 

 

Emmanuel nos diz quantos de nós, filhos pródigos da vida, depois de estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do Senhor, de acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos.

 

 Então quantos de nós usufruindo todos os recursos que recebemos do corpo a saúde que nele se manifesta da profissão aos recursos materiais que do alto recebemos, da família que nos foi proposta nessa encarnação, aos conhecimentos que até nós, chegam, quantos de nós depois de malbaratarmos todos esses recursos, de utilizar, estando lá arrojados nesses despenhadeiros em que caímos,  não ficamos aclamar ao Senhor pedindo assistência, quando a todo tempo intentava ele nos auxiliar sem que pudéssemos ver ou sem que nós quiséssemos ver, quantos de nós descemos voluntariamente ao abismo e lá dentro, atolados na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o todo misericordioso se faça presente ao nosso lado através de seus divinos mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos.

 

Então, essa é uma condição a que nós mesmos nós projetamos ao longo de séculos depois de tantas escolhas infelizes, de repente nos vemos, a partir desses aguilhões, que visam nos despertar, vemos ali paralisados, atados as próprias consequências das nossas ações, ao desânimo, as expiações, as dificuldades, as desilusões, percebemo-nos então, tais quais somos não mais a imagem ilusória dos píncaros, não mais a contemplação de fogos fatos como de ser humano, na outra mensagem agora o espírito se vê tal qual é,  e então volta aos seus olhos espirituais a sua percepção, para aquilo que de fato é o objetivo da vida, e nele ressoa aquele que é o imperativo da própria criação, por Deus estabelecido no ato da criação disse o senhor: “... haja luz”,  e a luz se fez, a luz se faz, a luz se fará. Isso é o imperativo do movimento de todos os seres por Deus criados erguerem-se na busca de novos horizontes na busca de novas perspectivas erguerem o padrão de vida de sentimento, de raciocínio para que em entrevendo agora com mais clareza o alvo alcançar, possam a ele se direcionar avançando, caminhando, no momento em que a criatura cai em si, quando se desmancham os castelos de ilusão, eis então que Jesus encontra mais espaço num coração, para mais uma vez lhe dizer, como já tantas vezes nos tem dito “meu filho, minha filha, mais uma vez te digo, levanta-te e anda”, como se deu com Saulo, o exemplo aqui por nós ser lembrado, levanta-te salvo e entra na cidade e lá te será dito o que lhe convém fazer.  Em outras palavras, agora é o momento de novamente, voltando-se para se identificar o horizonte que almejas, voltar a dinâmica da vida, interação o esforço movimento para que então no caminho, a luz se faz, no caminho posso nos encontrar mais viva a presença de Jesus. É assim que em algum momento da nossa trajetória, nesta existência ou em outras, o Senhor nos veio buscar, almas muitas vezes paralisadas, por séculos de vícios cultivados, de apego à ilusão, almas cadaverizadas porque inteiramente voltadas para a matéria, que parece dizer-nos Emmanuel, “os verdadeiros mortos, estão sepultados na carne terrestre”.  Por quantas existências, não temos sido almas cadaverizadas, sepultadas na carne terrestre, porque só perseguindo o que está morto que vai morrer, porque só enxergando o que está morto ou que vai morrer. Lázaros que temos sido, e que o senhor vai buscar mais uma vez, para o movimento da vida. E é assim, que nós vamos encontrar então esse padrão que se repete tantas vezes no evangelho, com os personagens que lá estão elencados, que na verdade representam a todos nós, dos séculos transcorridos desde o advento da Boa Nova, inúmeras tem sido às vezes para cada um de nós, que Jesus nos tem dito “ergue-te e anda, levanta-te e anda”, a nós os Lázaros, os paralíticos do Espírito, presos nos vales da indecisão, do desânimo,

da revolta ou da expiação dolorosa, a voz poderosa de Jesus ecoa no íntimo da criatura, ressoa a partir do Evangelho Redentor, dizendo-nos ainda e sempre, “levanta-te meu filho para a vida que te chama”. Nesse sentido nós nos recordamos de um livro, muito interessante do Emmanuel. E, por mais tempo que a gente vai estudando Emmanuel, a gente sempre vai descobrindo essas pérolas, a gente sempre vai descobrindo um novo olhar para um livro ou para uma mensagem, já antes conhecidos,  mas que agora fala-nos de uma maneira diferente, e pensando sobre esse tema, passamos por um livro de Emmanuel chamado levantar e seguir, Cujo título em verdade, é a própria essência do tema que nos foi proposto, e no capítulo 2 deste livro,  cujo título é homônimo do próprio livro, portanto, não é o mesmo nome, Emmanuel ele vai analisar justamente isso, a presença desse padrão no Evangelho, desses dois verbos ou desses dois movimentos.  Às vezes a palavra vai se alterar ao invés de erguer, vamos ter levantar ou elevar, elevar-se, ao invés de andar vamos ter caminhar, vamos ter avançar, mas a proposta é a mesma, sem esses dois em conjunto. Assim ele se lembra do conhecido caso do paralítico, para o qual Jesus diz:  “levanta-te e toma o teu catre e anda”. Acrescentando ainda mais uma expressão, ele vai se recordar do caso do próprio Lázaro, que houve de Jesus uma orientação nos mesmos moldes, convidando a sair daquele sepulcro, em que se encontrava novamente para o sol da vida, novamente para o movimento iluminativo. Ele se lembra o caso de Mateus que deixa a sua coletoria, sobre o chamado de Jesus e levanta-se para segui-lo,  e assim outros tantos e tantos personagens, dentre eles o próprio apóstolo Paulo, aqui já citado, que ouviu do Cristo, as portas de Damasco, a orientação Imortal “levanta-te e entra na cidade, levanta-te Paulo e vai à luta, porque as respostas se farão é no caminho, porque a força chegará, e é na medida em que te movimentares,  porque me encontrarás caminhando ao teu lado, se disposto estiveres a caminhar comigo”.

 

Se alguém quiser vir Após Mim, siga-me. Portanto, aquele que me seguir não andará em trevas. Então, são chamamentos de Jesus, que trazem-nos o mesmo espírito, os próprios Mártires de outrora, também acolheram a mesma orientação, e assim se mobilizaram para que a partir de seu empenho, o movimento do Evangelho no mundo pudesse se estabelecer daquele ponto de partida com a vinda do próprio mestre, as culminâncias que alcançou na era gloriosa dos Mártires ou nas luzes que em todos os tempos se acenderam nesta terra, refletir em Jesus. Ele vai se recordando, vai se lembrando desses exemplos para nós, mas traz também um alerta para que alcancemos toda dimensão do programa que esses dois verbos contém, não estão lado a lado por acaso complementam-se, indicam naturalmente empenho da criatura por elevar-se o que Emmanuel, busca destacar nessa mensagem,  é que isso se faz premente para os nossos tempos, em que no seio do cristianismo, em suas várias correntes e denominações, muitas vezes têm os cristãos se acomodado ou adaptado as suas atividades a lei do menor esforço num tempo em que muitos estarão de certo modo estacionados ou acomodados nas buscas materiais, e numa experiência muito mais exterior do que propriamente íntima de religiosidade, esse chamamento de Jesus nos dois verbos que contém, diz Emmanuel, se faz premente, se faz urgente porque ele acrescenta: “...muitos estão a esperar Jesus nas almofadas do conforto, da acomodação, outros tantos  oram, usa bem essa expressão, oram através de discos ou por meio de discos, como nos dizer que até terceirizamos a própria oração, vamos terceirizando responsabilidades que seriam nossas, na construção dessa relação com o Mestre ou com Deus, muitos pretendem, acrescenta Emmanuel,  comprar a tranquilidade Celeste, ao preço de esmolas generosas ou outros sem qualquer movimento íntimo de renovação própria, esperam intervenções sobrenaturais dos mensageiros do Cristo alterando-lhes os destinos e a condição. Por isso ele nos traz essa mensagem dentro do livro de mesmo título, alertando-nos para premência desses verbos e desse chamado, porque às vezes até nos erguemos a novas compreensões pelo cristianismo, pelo evangelho, pelo espiritismo, mas nos tens faltado ainda o movimento que as possas dinamizar em nossa existência tem nos faltado ainda incorporação do que temos acolhido do que temos recebido ao modo de ser que defina para nós, um novo modo de caminhar e portanto, um novo objetivo a atingir para que não seja nossa jornada, como tem sido tantas vezes aquela jornada ilusória, do ponto de vista exterior, em que parece a criatura muito fazer e muito realizar, mas que analisando-se espiritualmente, pouco quase nada tem feito, embora tendo recebido tanto em termos de conhecimento e de inspiração. Por isso, nesse mesmo livro, quando nós vamos ao prefácio, Emmanuel traz reflexões do mesmo sentido propondo-nos o seguinte: Em falando desse verbo ou desse chamado de Jesus, “do levanta-te e segue”, o do erguer ele diz assim: “...é que de modo geral, grande número de criaturas humanas já sentada ou acomodada em suas próprias vantagens passageiras, ao toque do ensinamento ou da influência de Jesus, se modificam no íntimo, aceitando a lição do divino mestre ou magnetizadas pelo encantamento da oração”. Então, uma vez tendo recebido a mensagem de Jesus, aquilo de alguma maneira toca gera alguma coisa por dentro, que traga mais emoção, que traga talvez uma nova perspectiva ou encantamento, um deslumbramento com a beleza do Evangelho com as palavras Imortais de Jesus, no entanto, a criatura não ultrapassa esse Limiar, não chega ela a concretizar, a dinamizar isso na sua existência, por isso ele continua, “... levantam-se, entretanto, prossegue na rotina que se habituaram”. Em outra mensagem, Emmanuel chega a dizer, “... há muitas almas de olhos abertos para a verdade, mas mantendo-se ainda na posição horizontal da ociosidade, caminha no mundo, levantando-se, andando dia a dia, para os seus afazeres, para suas rotinas habituais, mas em espírito permanece ainda na horizontalidade da ociosidade, alteiam-se no campo e motivo, mas não movimentam ou não se movimentam para o trabalho do bem ao próximo”.

 

A criatura é tocada, sente a emoção elevar-se, as lágrimas a visitam, no entanto, ela não consegue manter e conservar esse estado de Espírito, por mais tempo, que é talvez, o grande desafio de nós outros.

 

Erguermo-nos com Jesus, e sabermos tanto quanto possível, nos mantermos nessa atitude espiritual. Descendo em serviço sem perder a altura, vivendo as lutas da vida sem descer desses montes de sintonia e de elevação espiritual, muitos, no entanto tem rompantes, elevam-se alteiam-se emotivamente com Cristo, até chegam a erguer-se a novas horizontes que passam a divisar, no entanto, falta ainda o passo seguinte da dinamização, daquilo na vida. Por isso falávamos sobre complementaridade, porque pelo estudo, pelo conhecimento do Evangelho do Espiritismo que nos chega, vamos nos erguendo em termos de horizontes mentais, vamos tendo um ponto de vista mais elevado para vida, o sentimento vai sentindo-se um pouco mais depurado, um pouco menos preso as paixões, no entanto, sem o passo seguinte, da renovação associada a esse seu erguimento, tudo aquilo estará ainda, no estanque. Por outro lado, podemos pensar também no caso oposto em que a criatura, logo que era andar com Cristo sem antes, erguer-se com ele, sentes buscar, nutrir-se, em beber-se na mente, no coração, das luzes do evangelho, para que a sua ação reflita mais propriamente, ao Cristo, e não a nossas imperfeições, aliás por muitos séculos temos nós caminhado pelo cristianismo sem estarmos, no entanto, a altura de Jesus. Temos caminhado rasteiramente no cristianismo, fazendo dele muito mais o movimento, puramente humano, do que algo que pelo menos entende a refletir a luz de Jesus. Então, por muitos séculos, nós temos até andado, entre aspas, com Jesus, sem Termo-nos erguido ou buscado nos erguer à sua altura, mas também, por muitos séculos, muitos de nós temos nos erguido aos novos horizontes que o Cristo nos projeta, aqui o evangelho nos lança, mas sem buscar dinamizar isso em nossas existências, aqui vemos  portanto, uma complementariedade fundamental, que é a base de toda a vivência Cristã. Verticalidade e Horizontalidade, que de maneira muito bela, vão se fundir, se unir talvez, do mais fundamental símbolo do próprio cristianismo, a Cruz Redentora, que trazem em si duas traves, uma representar o papel da verticalidade outra representar o papel da horizontalidade, é preciso busquemos verticalizar a nossa vida por meio do estudo que nos liberta, por meio da oração, que nos conecta cada vez mais, as fontes superiores da criação, por meio da compreensão do evangelho, que vincula nossa mente, o nosso coração, ao Cristo e aos seus. Recordo-me aqui, de Neio Lúcio, quando nos diz que: “...ao estudar o Evangelho é um processo de imantação da nossa mente as esferas superiores da vida”. Isso é verticalização, só que isso pede esforço, Emmanuel nos dirá: “... estudo do Evangelho é Também trabalho e dá mais alta envergadura”. Se para penetrarmos nas ciências do mundo, anos nos são pedidos de estudo perseverante, constante quanto mais não se nos pedirá, para penetrarmos na ciência da vida, que é o evangelho na ciência do infinito”.  Que é o espiritismo como Kardec assim o define na introdução de um Livro dos Espíritos: “...ninguém se engane, portanto, no investimento que nos compete fazer para de fato nos erguermos e mantermos a nossa mente”, agora os nossos horizontes mentais, num novo patamar. Que visão de perspectiva que possa então devidamente nutrir o nosso agir no mundo, eis, portanto, a trave vertical, elevação de raciocínios, elevação de sentimentos ao contato transformador do Evangelho de Jesus, elevação da Mente para que então os braços possam se abrir em serviço na horizontalidade, que também se expressa na cruz. A horizontalidade do mundo, a vida rotina agora alimentada, elevada, pela verticalização, que podemos realizar, são dois dos movimentos essenciais que é onde nutrir o espírito na sua jornada. E que estão belamente representados para nós, por exemplo naquele encontro simbólico, também de Jesus na casa de Betânia, quando ali se vê ele com as duas irmãs, Marta e Maria. Maria representar a verticalidade do ser, que aos pés do mestre buscar aprender, nutrir-se da sua luz, elevar pontos de vista, perspectivas espirituais, para que então, o agir representado em Marta seja proveitoso, porque Marta ali representa também muitas vezes o agir sem a devida verticalidade, sem o devido erguimento de nós mesmos,  que nos leva ao exaurimento, que nos leva ao cansaço, que nos leva desalento, é quando há movimento, quando há o verbo andar sem o verbo erguer. Por outro lado, se fixarmos somente na posição de Maria, incorreremos em erros que já temos feito ao longo dos séculos, na pura e simples posição contemplativa, erguidos altiplanos de sensibilidade, a belezas encantadoras que o evangelho nos descortinas, sem que aquilo alcance-nos a vida, e as vidas que nos cercam. Marta e Maria, portanto, são duas forças, dois verbos, dois movimentos que em nossa vida precisamos conjugar, sendo Cristo para nós, esse referencial. E é o que Emmanuel,  está nos dizendo nesse prefácio, alertando-nos para essa posição nossa, muitas vezes, de estarmos no cristianismo, de alguma maneira já erguidos pelo conhecimento deles, sem que andemos efetivamente ou temos caminhado pelo cristianismo, sem estarmos erguidos, ou buscando nos erguer a altura de Jesus,  porque ainda nessa mesma mensagem do prefácio, ele nos faz uma indagação, uma consideração importante, logo no início da mensagem ele diz: “... levantar, Erguer e Elevar-se, são verbos sinônimos, mas que uma vez pronunciados é preciso pensarmos também, para onde estamos nos levantando”. Para que qual o objetivo onde, quando, vamos aplicar esse movimento de nos elevarmos e no seu erguer. Isso nos faz recordar de uma passagem, muito interessante, e que foi registrada pelo evangelho de João, no capítulo de número 14. João está narrando livros, acontecimentos da Última Ceia, e no versículo de número 31, desse Capítulo 14, ele nos traz uma fala curtinha de Jesus que nos dá muito o que pensar. Jesus, naturalmente via o que estava por vir, sabia os testemunhos que se aproximavam, e no entanto, ainda assim, volta-se ele para os discípulos e diz: “...levantai-vos, saímos daqui, sigamos adiante”. Os mesmos dois verbos, o levantar e o caminhar. Só que, é interessante pensarmos, e é o que Emmanuel vai nos convidar a fazer, no livro caminho Verdade e Vida Capítulo 84. É interessante pensarmos, para onde Jesus se propôs a levantar e andar. Pois a diante dele estavam testemunhos Supremos, e ainda assim, ele faz o convite. Muitos de nós, se aqui chamados as honrarias do mundo, aos prazeres, as festividades, não hesitaríamos em levantar e seguir, em levantar e atender o chamado. Quantos, no entanto, estariam habilitados ou dispostos, atendo por horizonte imensas lutas e desafios, atenderem ainda assim ao chamado de levantar e seguir. Em geral, acedemos a esse convite muito facilmente quando somos chamados as posições culminantes, mas muitas vezes, ilusórias do mundo, mas raros tem sido aqueles que chamados, a se levantarem e andarem em direção a testemunhos depuradores e santificantes, aceitam o convite. Está aí toda a diferença. Jesus foi o primeiro a fazê-lo, convocando Ele próprio: “levantamos daqui, direcionamos o que nos espera”. E, Emmanuel nos convida a observar quais as estações que o aguardavam o Getsêmani, do Getsêmani alcance, do cárcere ao pretório, do pretório a via dolorosa, da via dolorosa ao Calvário, do calvário à Cruz. Tendo isso por perspectiva, Jesus não hesitou em levantar e seguir, e foi por esse exemplo, que depois corações por ele tocados verdadeiramente, despertos e chamados, não hesitaram em aceder, em atender ao convite, “...meu filho, erga-te e anda”, não mais simplesmente nas buscas ilusórias do mundo, na rotina habitual de cada dia, não mais o movimento do corpo, não mais o simples estudo, não mais a simples compreensão, agora testemunho. Erguer-se e andar em direção ao testemunho, porque ele fez primeiro. E, mais tarde, Lívia, em determinado momento no cárcere, ouviu dos guardas, a ordem “...ergam-se todos e andam, as feras lhes esperam”.

 

Não ouviram eles a ordem dos guardas romanos, ouvira eles as palavras de Jesus, e foram em direção às feras a cantar. É porque ele fez primeiro, erguendo-se e indo em direção aos testemunhos Supremos, que mais tarde, Simeão, o apóstolo da Samaria, em auxílio aquela própria Lívia, que também daria sua vida, as protegendo, ergueu-se foi sozinho, a enfrentar o testemunho, atendendo o convite de Jesus.  “Simeão, erga e anda, porque a cruz te espera”.

 

E assim, todos os nomes que pudemos recordar. O apóstolo Paulo um dia na escuridão, também do cárcere, ouviu os guardas ali chamarem na madrugada, “... levanta-te e anda”. Amarrado, atado, levado a via Ápia, próximo aos cemitérios, depois de uma noite muito dolorosa para os cristãos, onde tantos haviam sido martirizados, ele ouviu mais uma vez do guarda, “...levanta-te e anda alguns passos. Saibas que estar a viver os seus últimos momentos”. E ele foi, com uma coragem tal, a ponto de fazer tremer os próprios algozes, que se impressionavam que tamanha força de Espírito. E assim, ficamos a pensar nesses tantos e tantos corações, sobretudo naqueles tempos, mas também em todos os tempos que não hesitaram, que mais do que simplesmente, se erguerem a novos horizontes de contemplação da vida e de entendimento da obra divina com Jesus. E não simplesmente caminhando a ostentar o título de seguidores do mestre, ergueram-se e andaram para o testemunho afim de afirmar em suas vidas, a viva presença Dele. Todos os Mártires, todos os heróis da fé, que hoje nos inspiram em nossa caminhada, recordo inclusive, de um acontecimento muito interessante, que está registrado para nós, no livro há dois mil anos. Certa feita nas Catacumbas, onde os cristãos já começavam a se reunir, porque as perseguições ainda não eram ostensivas, mas já existiam em Roma, ali por volta do final da década de 50, já existiam as primeiras perseguições, e sentindo aquele clima hostil os cristãos já começavam a se reunir nas Catacumbas, muitas vezes altas horas da noite caminhavam longas distâncias, convertendo aqueles ermos locais, destinados à morte, em recintos, onde brilhava sublimemente a luz da vida. E, certa feita Lívia e Ana, iriam comparecer a uma pregação especial que se daria na catacumba, ou nas Catacumbas. Naquele dia, vinha para a cidade de Roma um grande emissário da igreja de Antióquia, um representante na verdade, um mensageiro chamado João de Cleópatra, e ele era na verdade portador de uma mensagem. Ele era portador de um aviso de caráter até profético a comunidade cristã da cidade de Roma. Então, ele inicia sua pregação impressionando a todos com a beleza e a eloquência da palavra, ou vigor daquela fé, aquela força Sublime, e ele então começa a dizer que lá na igreja de Antióquia, as vozes do céu haviam se manifestado, os fogos, as labaredas haviam descido como outrora no dia de Pentecostes, e o patriarca, o coordenador das atividades ali de Antióquia, havia percebido, intuído a mensagem das vozes Celestiais, que prenunciava grande sofrimentos para a comunidade dos cristãos em Roma. Os Martírios mais efetivamente estavam por se iniciar, o sangue dos Mártires seria derrubado na cidade eterna, mas, se faria ali mesmo semente, como disse Tertuliano, “sangue dos Mártires é semente de novos cristãos”. Só que alguém precisava levar a mensagem até Roma. E, mais ou menos, uma ideia subliminar. Era a seguinte, não tem volta. O portador da mensagem vai ficar. De Roma, não sairá, a não ser em espírito. Essa era a ideia. Quem se habilita? Quem quer ser aquele que “quer ir em direção ao testemunho? E, João de Cleofas é o escolhido, ou se habilita, e não hesita. Sabia que era uma Viagem Sem Volta. Era levar a mensagem e com aqueles cristãos do Testemunho. E esse coração, vai como quem havia sido destacado para uma missão especial, como quem havia recebido um prêmio, isso nos dá o que pensar. Quando hesitamos talvez, a nos Erguer e caminhar em direção as provas redentoras que o Senhor nos dá, tão a quem ainda dessas experiências culminantes que esses cristãos viveram, ainda oscilamos, hesitamos em voltar a partilha daquela convivência, um pouco desafiadora, seja no lar, seja no Centro Espírita.  Ao voltarmos a facear, essa ou aquela prova, esse ou aquele dever. É o que a vida nos conclama, às vezes, visitamos oscilamos a nos Erguer e deste temerosamente, confiantemente em direção ao testemunho, quando esses corações não hesitavam nessa Viagem Sem Volta na matéria como quem havia sido destacado, como quem havia sido premiado, por Jesus a uma tarefa singular. E assim foi. João de Cleofas. Traz a palavra viva do Evangelho, incendeia, inflama aqueles corações. Ao final da pregação, quando inicia a oração dominical os guardas invadem o recinto e prendem a todos, João de Cleópatra, Lilian inclusive, e o desfecho nós conhecemos. No entanto, diante daquele cenário, de certo modo novo para muitos, os que ali estavam, mais uma vez, João de Cleofas, onde estava, assume a frente, e conclama a todos então, com aquela mesma firmeza, aquela mesma resolução de espírita. Então, se voltarmos aqueles tempos, não nos faltarão exemplos dos corações que tendo sido arrancados por Jesus de suas ilusões, da noite da ignorância, das sombras das paixões, encontraram-se de repente, chamados a uma nova vida. Saulo, ergue-se e anda deixando para trás o orgulho para universalizar a mensagem de Jesus. Madalena, ergue-se anda deixando para trás todos aqueles prazeres, aos quais havia se vinculado para ser com Cristo. E na história do Evangelho, o maior símbolo de renovação espiritual, o maior exemplo de transformação. Pedro ergue-se e anda após a negação, reafirmando com Jesus o seu compromisso de amor e aceitando a chamada para “apascentar as ovelhas”. Aqueles corações e novidades de outrora, os outros tantos que vieram depois, não fizeram senão, aceitar acolher o convite, e avançar ao preço de muito empenho, mergulhar o coração e a mente na luz do Cristo, elevando as perspectivas e os horizontes, para que então a caminhada se fizesse agora, mais claro o objetivo, mais definido, e sua vida pudesse se converter num rastro luminoso a falar da presença transformadora do Cristo.

 

Essas as vidas que nos inspiram, esses os exemplos que foram nos dados, a todos nós. Portanto, meus Caros, que não sentimos de alguma maneira já como filho pródigo, caindo em si reconhecendo-nos paralisados neste ou naquele vício, no desânimo, na desilusão, que a voz de Jesus ecoa bem alta em nosso coração, que a sua voz poderosa, chegando até nós, por meio do Evangelho, nos Diga mais íntimo “... erga-te meu filho, não deixe de buscar a fonte da vida, o manancial do Evangelho, estuda para te libertares, serve para te depurares, sublima o teu ser, para que então, planando mais alto possas entrever a vida que nos espera, porque quando, com Jesus nos erguemos, aquilo que vemos, já é material e combustível para toda a luta. Vencer é um Horizonte tão belo que Jesus nos descortina, nem palavras conseguem descrever, mas é preciso se empenhar, precisamos nos erguer, precisamos nos mobilizar, como diz mais uma vez Emmanuel, em relembrando a passagem do filho pródigo, no capítulo já citado, a fonte viva 13, ele diz; “..sair da cova escura da ociosidade, para o campo da ação regeneradora. Erguermo-nos do chão frio da inércia, para o calor do movimento reconstrutivo, elevarmo-nos dos vales da indecisão, para a montanha do serviço edificante, fugir a treva e penetrar a luz, ausentamos das posições negativas, negativistas e colocarmos agora numa posição de nos reestruturarmos por dentro, em nossos ideais, em nossas propostas para que não nos falte no coração otimismo, alegria.”

Ergamos os corações, e quem com Cristo, ergue o coração vinculando-o aos tesouros do céu, torna-se no mundo, uma ponte por medo qual ele possa atuar, disse nos Paulo, numa de suas epístolas, que os seguidores de Jesus no mundo são a sua igreja da qual ele é a cabeça. Se pudermos, e se quisermos nos conectar a ele, no mundo seremos, poderemos ser as suas mãos, os seus pés, os seus olhos, a sua boca, o seu coração. Expressando para as almas ainda estagnadas, paralisadas, seja na ignorância, seja na paixão, expressando para elas o calor da vida, o sol da vida que as convida de volta a jornada de cegos a mais do caminho. As vidas vão se transmutando convertendo-se em ativos trabalhadores a caminharem com Jesus, tendo acesa no coração a luz da Alegria e da Esperança.

 

São esses os corações que os tempos pedem, os que não hesitem em atender ao chamado: “Levantar, erguermos pelo estudo, pela vontade, pela disposição, andarmos na aplicação disso no lar, no centro, na rua, onde for, mas levantarmos e andarmos, não só esperando os Louros, as rosas ou caminhos fáceis, quando ele, o mestre, não os teve”. Lembremos mais uma vez das estações de sua jornada do Getsêmani, a oração no Horto, a prisão ao cárcere, a culminar-se na cruz, como nós seguidores de Jesus, a esperarmos facilidades, erguemos e levantarmos para sermos aplaudidos, para sermos mais compreendidos, para sermos destacados, para sermos reconhecidos. É o que esperamos em nosso movimento Cristão? É o que esperamos em nossos lares? Se quisermos nos dispor realmente a servir com Jesus ou erguermos e andarmos para o testemunho, seja ele qual for, a quem caminha com Cristo, o que vier é benção, o que vier é adubo, o que vier é sublimação da alma que caminha com Deus.  A alma que opera no bem, o que o mal ele pode fazer senão emoldurar-lhe a beleza e a grandeza, ainda mais. Não se podem destruir uma cidade edificada sobre o monte, nos ensina Jesus. A treva nada pode com aqueles que edificam as suas vidas nos Montes de seus testemunhos, mas para chegar ao topo, a vida pede de nós coragem, como nos disse Guimarães Rosa, a vida com as suas oscilações, esquenta e esfria, aperta e afrouxa, aquieta-se, depois desassossega de novo. Mas o que ela pede de nós é coragem. A coragem que Saulo e Barnabé um dia tiveram quando chamados pelas vozes do alto a fazer uma jornada por um mundo desconhecido, caminhos a desbravar lutas imensas que não poderiam imaginar, no entanto, naqueles corações, só alegria, a força de poder em servir e atender ao chamado de Jesus. A coragem de uma Ananias, chamado visitar o próprio algoz, a coragem de um escravo Ruffo. chamado pelos algozes a se erguer, para depois se curvar aos deuses de Roma, a coragem dele manter-se firme em sua postura para entregar seu martírio. Esse o convite que nos está proposto, que os tempos pedem, corações que não hesitem, sejam quais forem as estações do caminho, em se levantarem com Cristo para avançar.

 

Nós, os Lázaros, que temos sido, no dizer de Emmanuel, milhões de Lázaros ainda no mundo, temos a oportunidade de no espiritismo, ouvimos mais uma vez, a voz do Cristo penetrante, nos alcançar nas cavernas e nos sepulcros em que temos estado atados pelas próprias ataduras que criamos, nas ilusões em que embarcamos, a voz poderosa do Cristo, mais uma vez ressoa por meio Consolador “...Lázaro sai para fora”.  Não deixe de atender, não troques a jornada ilusória, na feição exterior da vida, pela jornada íntima do Espírito, pelo país imenso, inóspito ainda que tens a descobrir e a conhecer, o país de ti mesmo. Não troques os tesouros do céu por aquilo que brilha os olhos na matéria. Aceita o convite de Jesus: “Levanta-te dia a dia, no esforço da disciplina que consolida no tempo, a espontaneidade com Jesus, toda a realização do Espírito pede o primeiro passo, a constância e a continuidade. Mas uma vez se estabelecendo um novo patamar, o caminho é mais suave, as alegrias indescritíveis e a presença de Jesus a caminhar ao nosso lado, sempre mais viva e envolvente.

 

 Que possamos, em nos erguendo, ir ao campo de trabalho que o Senhor nos propôs, é a família desafiadora, pois que seja. É a tarefa Espírita que se apresenta com muitos desafios e dificuldades em compreensões e lutas. Pois que seja. É o trabalho material no mundo que tem sido para nós um grande testemunho de resiliência, de compreensão. Pois que seja.

 

Eis o programa do senhor para nós outros que saibamos aceitá-lo e realizá-lo, concretizar em nossa vida o que haveremos de encontrar no mundo, não há preço que se iguale, não há valor, não há tesouro que sequer se aproxime da paz pelo Espírito alcançada, quando em sua jornada Vê se agora Caminhando com Jesus.

 

Filho Pródigo, que era tendo seguido de volta à casa do pai caminheiros de Emaús que éramos, por Jesus trazidos de volta a hospedaria da Paz, da certeza da fé e da Esperança, mas só no caminho é que encontraremos efetivamente a Jesus. É o que simbolicamente está representado na passagem do cego de Jericó, Jesus em marcha no caminho, e aqueles que quiserem encontrar-se com ele erguerem-se para trás as capas de outrora, que na verdade, nos iludiam contra nossa real posição e agora enfim o encontro jornada fora na luz que Jesus há de nos proporcionar.

 

Recordo-me de uma passagem, um conto na verdade, que nos traz irmão X (Humberto de Campos) no livro contos e apólogos, chamado encontro divino. E ele conta a história do cavaleiro D’Arsonval, que era um homem de muitas posses, um cavaleiro uma pessoa importante, e que tinha um propósito fundamental na vida. Servir a Deus, e assim ele se envolvia em muitos afazeres no âmbito político, militar, religioso. Então vai contando nos Humberto de Campos, que ele muitas vezes saía de seu lar em viagem para atender a esses serviços a esses ditames. Numa primeira vez, dirigir-se ele a Itália montou-se ali preparou-se para viagem, colocou as suas melhores vestimentas, sua armadura dirigia-se para a Itália, quando as portas ali do seu lar se depara com o mendigo, ulceroso, que lhe pedia algum auxílio, ele Cristão que era, desejou de algo fazer, retira uma bolsa de dinheiro e lança aquele indivíduo, sem no entanto olhar, um olhar mais detidamente para aquele indivíduo, e segue o seu caminho, vai lá faz o que tinha que fazer na Itália, retorna e assim o tempo vai passando, novas viagens vão vindo e Humberto de Campos vai dizendo que a sua condição financeira era cada vez menos propícia, cada vez menos abundante, no entanto seguia em seus Empreendimentos. Agora se dirigia a Espanha, atendendo um pedido de prelado, amigos seus, e mais uma vez na sua jornada, depois de erguesse e andarem ao seu destino, ali estava aquele mesmo mendigo solicitando-lhe um auxílio. Ele então, tira um brilhante de sua bolsa e lança em direção a ele. E seguem as viagens. E seguem os mesmos encontros, depois para Inglaterra, depois para outros locais, até o momento em que enfim a circunstâncias exteriores D’Arsonval deterioraram-se em absoluto, estava agora numa condição de miserável, de miserabilidade. E mais uma vez, então se encontra com aquele mendigo. Agora pela primeira vez, deteve-se olhado, antes talvez, distraído com as buscas do mundo, levantando-se andando dia a dia para as realizações de natureza mais exterior, não estava tão atento a ele, embora o tenha ajudado materialmente, agora um pouco mais desconectado, pelo menos essas tantas demandas que o mundo cria, muitas delas ilusórias, podia enfim se concentrar naquela pessoa que estava diante dele. Olha o detidamente, e então vê, aquele mendigo transfigurar na figura de Jesus. Jesus, então lhe diz estavas a buscar-me tão longe, quando eu aqui tão próximo estava, todos os dias, te erguia. Andavas, buscando me lá longe, nessas buscas, nessas jornadas do mundo, que nem sempre representam verdadeiras jornadas do Espírito, no entanto agora que caíste em si pelos aguilhões da existência que pudestes olhar mais propriamente o que tens feito de ti, enfim me encontras, porque, D’Arsonval, o que  me busca no serviço, mais cedo há de me encontrar. Agora que enfim despertaste para o verdadeiro serviço, a obra divina que não é outra, senão, a edificação de nós mesmos a luz do Evangelho, agora enfim pode vir, em direção ao meu abraço. E naquele abraço se despede daquela existência voltando ao mundo espiritual.

 

Que possamos meditar nisso, Jesus com seu chamado, às vezes está tão mais próximo do que possamos imaginar. O erguer e o andar mais do que situações de evidência ou destaque em nossas tarefas, será simplesmente no dia a dia, na costumeira jornada que fazemos, a cada novo dia sabemos olhar mais detidamente para aqueles que estão ao nosso redor o que estamos de fato buscar e qual a jornada estamos realmente trilhando, a de fora apenas ou já a jornada por dentro de nós.

 

Que Jesus nos inspire e nos ampara todos e que todos nós, Lázaros ou paralíticos, estacionados ou acomodados, possamos mais uma vez e sempre, lhe ouvir o chamado que nunca deixará de ecoar, porque infinito é a misericórdia de Deus, meu filho, minha filha, ergue-te e anda. Ou como disse Paulo, sintetizando que ele mesmo viveu, erguido por Jesus, daquela falsa situação em que se encontrava da estagnação, que se encontrava, erguido a vida maior, Paulo a todos nos diz “...desperta tu que dormes, levanta-te de entre os mortos e Cristo então te iluminar”.

 A todos muita luz e muita paz que Jesus nos abençoe sempre.