quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Noite, hora de refletir

 

Noite, hora de refletir.

 

No silêncio do quarto, incomodado com o barulho do relógio do vizinho, lembro-me o quanto amei ao próximo e se facilitei sua vida no dia de hoje.

Vendo o corpo adormecer, com num sonho flutuante, levando meu corpo astral a lugares distantes, sem entender bem o quê acontece, continuo vagando pelo desconhecido, vendo pessoas castigadas, outras preocupadas e com semblante triste, onde minha comunicação com estes não é percebida, pois não estamos em sintonia.

Tento novos recursos e sem sucesso, me parece que há um grande escudo invisível que nos impede e interfere em qualquer tentativa de comunicação.

Nesta viagem, sou simplesmente um tripulante e assistente, a realidade se manifesta e a hipocrisia transparece.

Enquanto a noite passa, segredos vão se aclarando, amigos se encontram e o espírito sensibilizado, indo na busca do atraso no tempo, glórias estão sendo abdicadas, testemunhas julgadas e a vida espiritual desperdiçada.

Amarga é a vida à noite, deitado em meu leito, aquecido com café quente na cabeceira e ao mesmo tempo, crianças mendigando em busca da fuga da fome, entorpecidas, figuras descartadas pela sociedade.

Políticos se elegem prometendo demagogicamente, pois o medo destes é não ter como mais fazer sua nojenta política.

Sou um simples homem, consciente dos meus erros, lutando assim para que você meu amigo, seja feliz consigo mesmo.

Sonhei com uma das muitas crianças invisíveis da realidade do nosso país, que tem o dia para ganhar o resto do pão, que por egoísmo, jogamos fora, por falta de virtudes opostas.

Nesta viagem em sonho, era noite e uma criança dormia pela calçada de uma grande cidade, junto a outras nas mesmas condições; agasalhando-se em páginas de lixo de jornais, que omitiam essas cenas vergonhosamente.

Mas pela fé que tenho em Deus, sei que existe um manto sagrado que os acolhem, reservando a seus espíritos conforto.

Chorei por eles, porque sou fraco e incapaz, ali fiquei velando noite adentro, com o mesmo amor e carinho dedicado aos meus filhos; acolhi-os em meus braços, vendo a noite com seus mistérios passar, refletindo como espírito.

Prometi por tudo que acredito fazer algo por estas crianças, que tem como vida, sofrer como animal desprezíveis e sem dono, verdadeiros vira- latas.

O mundo é grande assim como os seus problemas, más afinal o que somos perante Deus.

Surgirão pessoas bem relacionadas de boa vontade que farão algo, para que estes meninos de ruas, nossas sementes, tenham um futuro melhor e mais humano.

Tente dentro de sua capacidade ajudar ou mesmo pela oração sincera vibrando para que tenham um pouco mais de conforto.

Lembre-se que enquanto seu corpo material fechar os olhos para descansar, abra os olhos do seu espírito que procura elevação e não seja egoísta.

Dê liberdade ao seu espírito para ajudar outras pessoas, e sua vida será como um sonho de criança que sonha Ter uma mãe e pai presente em sua vida.

 Pai nosso que estais no céu, dai-nos forças para repartir o espaço com nossos semelhantes, santificado seja sempre teu nome, venha a nós teu reino, seja feita a somente a tua vontade, assim na terra como no céu.

O Pão nosso de cada dia, dai-nos hoje e sempre.

Perdoai-nos, por não conseguirmos perdoar aqueles que nos atingem, livrando-nos de todos os males, carnais e espirituais.

A noite passa o broto cresce, sem entender porque vive e foi marginalizado, pelos crimes que não cometeu, e será julgado.

Por um bando de abutres famintos, que espera ansioso sua brutal condenação, numa edição extra, no seu café matinal.

Irmãos chegou a hora de acordar para os crimes que barbarizam o mundo espiritual, a noite está chegando ao fim, somos culpados, e o broto da noite, será a fruta da vida, que os canibais comem em suas mansões no dia-a-dia.

Não somos dignos de julgamento, não dignificamos nosso irmão, somos a erva daninha que impede a evolução da árvore da vida.

Não sei que impressão darei ao mundo, más para mim, penso Ter sido mais que um criança que brinca na praia, divertindo-se em encontrar de vez em guando, uma pedrinha mais lisa ou uma conchinha mais bela, enquanto diante dos meus olhos, o grande oceano da verdade se estende desconhecido (Newton).

Aos meninos de rua, assunto diário nos jornais e revista do mundo, figuras ilustradas no café da manhã dos magnatas, senhores do mundo, políticos e de todos nós.

Jogamos fora os restos aos porcos, por egoísmo, pois não dispomos de tempo para repartir com eles.

Queremos sempre o melhor, pensamos e sonhamos com altos cargos, alvejamos vultosos salários.

Esquecemos sempre que outros precisam de uma pequena chance, por menor que essa seja.

Eles que por motivos sociais estão na sarjeta, obrigados a viver com o resto que hora muito esbanjamos.

Minha viagem através dos sonhos; deparei com este quadro, que é a pura realidade nas grandes cidades.

Pessoas deitadas pelas calçadas, cobrindo-se com restos de jornais, onde políticos encamisam suas campanhas milionárias, prometendo justiça social.

Delinquentes assim chamados que alimentam das sobras e às drogas pedem auxílio, para aliviar seu sofrimento.

Encontram seu único caminho de sua precária sobrevivência.

A estes meninos de rua, que são frutos da árvore desta sociedade hipócrita que vibra nas manhãs com as manchetes absurdas da noite, e vivem de olhos e coração fechados para os nossos maiores problemas sociais.

Somos famintos, no julgamento destes pequenos, que cresceram e não tiveram formação moral adequada; lançadas no mundo desprotegidas; que têm como lar as ruas, condenados à sua própria sorte, a morte.

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