Cultivando o Ser

 

Cultivando o Ser

  

Determinado tempo em minha vida, dediquei-me a uma pequena propriedade rural, árida e cheia de pedras e cascalhos, por um período aproximadamente de dois anos, cultivando esse terreno que apesar das dificuldades de transporte, comercialização, más rico em fertilidade.

Junto com um grande amigo, labutamos, dias, meses, anos afins, até que notei não somente cultivara a terra, como também o meu ser.

Tudo que passamos nesta vida tem um significado um propósito maior e intermediário para nos moldar, para nova caminhada.

Durante este período cultivamos várias culturas e todas bem sucedidas até o ponto da comercialização.

Produzimos tanto que não conseguíamos transportar para a venda, pois o transporte ficava mais caro que o próprio produto, ou seja, para vender o produto teríamos que pagar.

Tomando outro rumo, tentamos vender numa feira livre, descobrindo o quanto o mundo é injusto com os pequenos produtores que não tem a menor chance de êxito.

Falo não por mim, mais pelos que sofrem durante a semana, preparando seus frutos, com o suor contínuo, que madrugam e postam-se com um sorriso matuto, com o desejo de arrumar alguns trocados para comprar os adubos e defensivos agrícolas para continuarem sua luta diária pela vida, debaixo do sol e chuva.

Com este convívio, com pessoas simples de muito valor, aprendi coisas as quais não apreendemos em lugar nenhum, pois cada um tem seus sensores para captar e absorver algo para aprendizado.

Homens que tiram da terra vermelha, frutos multicores, verdadeiros alquimistas.

Pela inconstância do tempo, com os olhos voltados para o céu, com chapéu no peito, pedindo ao criador, forças para continuar sua batalha e agradecendo pelo já conquistado.

Com os pés no chão, determinados vão para suas lavouras, verdadeiros artistas, pintando na terra, quadros da Divindade viva, que existe dentro de cada um destes grandes guerreiros.

Portanto, ao fim de minha batalha, descobri o quanto valeu a pena, pois o melhor objetivo tinha alcançado.

As plantas e frutos que não foram consumidos; não foi por não ter me doado e sim pelas pessoas que não quiseram usufruir, as quais não culpo.

O Maior benefício ficou plantado dentro do meu ser.

Estou completamente abastecido, escrevendo para que outras pessoas possam colher os frutos internos que novamente tenho a oferecer.