Religião Cristã Protestante – Síntese
por L. Mishima
Falando sobre as Religiões a qual
colhi informações com meu grande amigo de caminhada o qual tenho por ele grande
admiração com pessoa do bem; Excelente professor e teólogo o qual prontamente
aceitou o meu convite em fazer áudios falando de sua religião para enriquecer
nosso estudo sobre as questões ligadas a fé que nos aproxima de Deus.
Informações que trago abaixo são
depoimentos deste meu amigo e estudiosos dedicado à causa nobre da fé
Protestante.
Meu nome é L. Mishima, tenho 38 anos,
sou Cristão Evangélico, congrego na Igreja Batista Redenção de Juiz de Fora;
também sou Teólogo formado pelo Seminário Teológico Charles Spurgeon em
Fortaleza – CE.
O Cristianismo na linha protestante
tem uma história e tem suas doutrinas básicas.
Vou começar falando de sua história.
Diferente do que muitos pensam, o Cristão Protestante não surgiu com a Reforma
Protestante de 1517 encabeçada por Martinho Lutero.
A Reforma Protestante foi um
movimento muito importante que começou muito antes, com outros líderes cristãos
que foram chamados de pré-reformadores. Lutero foi aquele que organizou
bastante a defesa desta profissão de fé, através de 95 teses.
Depois vieram outros muito
importantes como: João Calvino, John Wycliffe, William Tyndale, dentre outros.
Porém o Cristianismo Protestante não
surgiu nessa época.
O Protestantismo não é uma religião
nova que surgiu depois do Cristianismo Católico Romano, não! Na verdade ele
sempre existiu dentro do Catolicismo, pois a Reforma Protestante foi o resgate
da fidelidade às doutrinas básicas da religião Cristã; que sempre existiu desde
os Judeus até a vinda de Cristo, onde Ele viveu e explicou perfeitamente os
preceitos de Deus, até então dados aos Judeus. A partir daí foi chamado de
Cristianismo. Portanto, o cristianismo, e o resgate dele na Reforma
Protestante, não é uma religião diferente daquela dada por Deus aos judeus e
também não é nova, comparada ao Cristianismo Católico. Mas com o desvio que a
Igreja (até então denominada Católica) tomou desde o primeiro século até 1517,
foi necessário resgatar aqueles dogmas centrais da fé Cristã.
Então vou colocar alguns pontos
importantes e cruciais tentando resumir sobre a fé Cristã. É importante falar
que a origem do conhecimento de Deus, no Cristianismo Protestante, ou seja, a
única fonte do conhecimento revelado de Deus são as Escrituras Sagradas (sem os
livros aprócrifos, que são aqueles contidos apenas na Bíblia Católica).
A religião Protestante confia
plenamente nas Escrituras. Ali está a Revelação Especial de Deus. É nela onde
se conhece Deus, e tem TODA a Mensagem de Deus para o homem.
O homem não conhece e não consegue se
a chegar a Deus, a não ser através do que a Escritura nos fala.
Outro ponto importante é que o
Cristianismo Protestante é Monoteísta, ou seja, cremos em apenas um único Deus,
apenas uma Divindade.
Não existe nenhuma Divindade a não
ser Deus. Não cremos em santos e outros seres espirituais que possuam poder em
si mesmos, a não ser Deus.
E esse Deus se manifesta em uma Trindade
(isso é um pouco ilógico para a mente humana, porque Deus está acima da lógica
humana). Ele é infinito e se manifesta em uma Trindade: Deus Pai, Filho e
Espírito Santo.
São três pessoas em uma Trindade. Não
são diferentes em essência; são três perfeitamente unidos em uma Trindade.
Esse é um dos mistérios que a
humanidade não compreende perfeitamente, porque Deus não revelou perfeitamente
para a gente. Ele apenas se manifestou desta forma ao longo da história, mas
não nos deu detalhes. Então cremos nisso apenas pela fé. São três em Um.
Na Matemática da pessoa de Deus: Um mais Um, mais Um, é igual a Um.
Eles são inseparáveis, Eternos e
sempre existiram, ou seja são incriados, existem antes dos tempos eternos ou
seja, não tem começo nem fim. Deus Pai, Filho e Espírito sempre existiu e é o
Criador de todas as coisas (tanto do mundo espiritual quanto do mundo em que
conhecemos - o mundo físico). Ele criou todas as coisas e sustenta todas essas
coisas.
O Deus Trino é plenamente satisfeito
nele mesmo, e não precisa de nada para sub existir, também não precisa de
ninguém para ter alegria. Ele é satisfeito Nele mesmo, não porque é arrogante,
mas porque é perfeito e completo, se mostrando verdadeiramente o único ser
autossuficiente.
O Cristianismo Protestante crê no que
a Bíblia fala sobre a criação, e a revelação que nós temos parte do jardim do
Éden. Portanto, tudo aquilo que Deus fez e criou no plano físico antes de
Gênesis, Ele não nos revelou.
Ele nos dá um panorama da existência
humana, mas aquilo que existia antes dos homens (como exemplo os Dinossauros),
Ele não nos deu revelação disso. Porque Ele entende que isso não é relevante
para que tenhamos um bom relacionamento com Ele.
Para termos comunhão com Deus é
importante que soubéssemos tudo aquilo que está nas Escrituras (nem mais e nem
menos) e para quem ela aponta, a saber: Jesus Cristo.
Esse é um dos princípios da nossa fé,
chamado “Sola Scriptura”, ou seja,
somente a Escritura. Este princípio prega a suficiência da Escritura para que o
homem se achegue a Deus, conheça a Deus e conheça a vontade de Deus.
Ela também é inerrante (princípio que
não há erros nos manuscritos originais, que tudo o que está escrito nela é
perfeito e não há incoerências entre os livros). As pessoas que dizem que a
Bíblia entra em contradição, são pessoas que a conhecem superficialmente.
Não pelo fato de não terem lido ela por
completo, mas por não a compreendê-la. De fato ela é um livro complexo,
completo, antigo, escrito em diversas épocas, de vários povos e culturas, em
vários idiomas diferentes (Hebraico, Aramaico e o Grego), com diversos
escritores, mas com um único Autor, pois ela é inspirada por Deus. Isso também
faz parte da nossa fé; cremos que toda a Escritura é inspirada pelo Espírito
Santo de Deus. Então ela é de difícil compreensão, mas é possível alcançarmos o
conhecimento necessário para nos achegarmos a Deus, através de diligência no
estudo da Palavra somado à dependência do Espírito Santo em meio a oração. Por
isso que existe a teologia (estudo acerca das coisas de Deus, que ele nos
deixou).
Então dentro do que Deus criou, nos
revelou e registrou através de homens como instrumentos de registros, vemos a obra
da criação. Quando Deus criou todas as coisas inclusive o homem, tudo era
perfeito; não haviam defeitos, tudo fluía muito bem, não existia o mal nessa
criação.
Dentro dessa criação, o maior benefício
não era apenas inexistência do mau e dos males; mas o pleno relacionamento e
comunhão que a criatura tinha com seu Criador. Isso é o que a Bíblia nos
revela.
O homem tinha total acesso à Deus. Diariamente
Deus visitava o homem e o homem não sentia falta de nada; não sentia faltas
físicas, fisiológicas, não tinha doenças, não tinha problemas emocionais, não tinha
dificuldades de vida ou de sobrevivência, nada!
O homem não sentia tristeza, medo,
sofrimento ou angustias. O homem era perfeito e completamente satisfeito no
Deus que o tinha criado.
Mas a história fala que o homem foi
tentado por Satanás (que é um Ser Espiritual e mais antigo que os homens) e a
gente tem poucas informações de sua criação. Sabemos à luz das Escrituras que Satanás
se rebelou contra Deus; e se tornou contrário à Deus. Não um inimigo capaz de
combater Deus (porque ninguém pode ser contra Deus), mas alguém que odeia à
Deus.
Satanás é uma criatura totalmente
sujeita ao poder de Deus, mas que está destinado à condenação eterna, bem como
seus seguidores, pois ele desejou ter a glória de Deus. Foi este ser que no
início da criação da humanidade, tentou o homem para o mal. De fato o homem caiu
nesta tentação e desobedeceu uma ordem expressa de Deus, mesmo sendo advertido
que morreria. Cremos que a perfeição da criação era tamanha, que o homem não
morreria se ele não desobedecesse a ordem de Deus.
Então, quando o primeiro casal Adão e
Eva desobedeceu ao Senhor e provaram do fruto do conhecimento do bem e do mal, eles
morreram de fato, o que significa dizer que eles perderam a plena comunhão com
Deus; e com isso fatalmente receberiam a morte física. O homem que não morreria,
por causa da desobediência, agora morre.
Cremos que, apesar de toda essa desgraça, essa terrível
escolha e essa terrível consequência da morte física, da eterna separação de
Deus e a prometida condenação do homem, Deus tinha um plano chamado de Plano de
Salvação que consistia em que o homem poderia ser salvo caso ele venha a crer
na palavra de Deus.
O homem recebeu leis, mandamentos e ordenanças para que ele
pudesse ter ordem neste mundo e para refrear esse mal. As leis foram dadas ao homem para mostrar o
caráter moral de Deus, por isso elas são perfeitas!
É importante ressaltar que as leis de Deus NÃO foram dadas para que o homem
recebesse algo de Deus por cumpri-las, nem para reconquistar a comunhão com
Deus. As leis de Deus NÃO foram
dadas ao homem para que ele cumprindo elas, recebesse o perdão de Deus, NÃO! As leis de Deus foram dadas para
que fosse refreado o mal que o homem agora praticava depois da queda, para que
houvesse ordem no mundo e para que o homem conhecesse a lei moral e o caráter
perfeito de Deus, porque a lei de Deus é perfeita!
Foi pelo fato do homem ser incapaz de cumprir perfeitamente as
leis de Deus e trazer justiça sobre si com seu caminhar, sendo assim incapaz de
receber perdão através de suas boas obras, que Deus teve que criar um plano de
salvação, para que o homem fosse perdoado. Para isto o perdão dos pecados só
ocorre através da expiação e Deus traçou o modo como isso acontece: é
necessário sangue! A expiação de pecados só ocorre pela morte de um inocente,
uma pessoa justa! Mas como não havia nenhuma pessoa justa no mundo em nenhuma
das eras, Deus enviou o seu próprio filho, Jesus Cristo para que viesse ao
mundo e se fizesse homem, encarnasse e cumprisse plenamente toda a lei se
mostrando o único Justo, e por fim se entregasse até a morte e pagasse pelos
pecados de todos os homens que crescem Nele, já que os homens eram incapazes de
pagar seus próprios pecados, por causa de sua imperfeição.
Deus bolou esse plano, que foi logo anunciado no jardim do
Éden e depois disso, Deus estabeleceu leis e fez alusões a esse plano que ele
iria cumprir milhares de anos depois. Ele prefigurou a expiação verdadeira por
meio de sacrifícios de animais. Durante milhares de anos antes de Cristo, Deus
ensinou e ordenou a seu povo que fizesse sacrifícios de animais perfeitos para
expiação de pecados, ritualisticamente para que os povo se lembrasse que era
pecador e que precisava ser redimido pela morte de um inocente, o Messias
esperado.
O cumprimento deste mandamento pelo povo Israelita não
expiava pecados, mas fazia figuração a expiação de pecados que Deus iria fazer
pela humanidade ao sacrificar o seu próprio Filho.
E quando o povo realizava os sacrifícios, cria nesta promessa,
de que Deus era o próprio salvador da humanidade. Cria que o único meio de se
reconciliar com Deus seria através do sacrifício que o próprio Deus faria por
meio de seu filho Unigênito. Creram naquilo que Deus prometeu: que iria enviar
o seu Filho para todo aquele que Nele cresse, tivesse a vida Eterna e recebesse
de volta a capacidade de ter a comunhão com o Deus Eterno, para sempre.
Deus cumpriu seu plano! Quando chegou o tempo, Ele enviou o
seu Filho. Ele veio ao mundo e se mostrou divino e perfeitamente Santo (homem e
Deus ao mesmo tempo) e cumpriu plenamente a lei e nos ensinou perfeitamente a
única fé que agrada e pode nos reconciliar com Deus. Por fim, ele morreu numa
cruz e foi sacrificado pelos pecados da humanidade. Mas ressuscitou no terceiro
dia e se apresentou a diversas testemunhas que registraram esses relatos nos Evangelhos
e epístolas, registrados para explicação de seus ensinamentos e apresentação
clara do caráter de Deus para seus discípulos. Ao final Ele ascendeu ao céu e
prometeu que retornaria para buscar aqueles que crescem Nele e somente Nele.
A base da fé Cristã Protestante então confia nisso: Deus
criou tudo perfeito, mas o homem pecou e isso trouxe a morte e a inimizade de
Deus. O homem se tornou inimigo do Senhor do Universo, do ser Perfeito Justo e
Poderoso, trazendo maldição sobre si, sobrando apenas a condenação eterna, o
homem estava condenado a sofrer para sempre no inferno. Mas a mensagem do
Evangelho (que significa Boas Novas) é o poder de Deus para salvação de todo
aquele que Nele crê. É por isso que ela é uma boa notícia pois, ela oferece
algo muito maior do que a realização de sonhos o recebimento de coisas nesta
vida. A fé nesta mensagem do Evangelho que supracitei é o único caminho para
alcançarmos a maior necessidade de nossas almas: Deus!
Na fé Cristã
nós cremos que temos somente uma vida, não cremos em reencarnação, cremos
apenas em ressurreição ou condenação eterna. Quando o homem morre ou ele é para
sempre condenado ao sofrimento eterno no inferno ou ele é para sempre salvo e
viverá para sempre ao lado de Deus, plenamente em uma vida sem sofrimento e sem
dor e sem chance de morrer e cair em pecado novamente na nova vida.
A fé genuína
nesta graciosa promessa de Deus, resulta em arrependimento de pecados, por
parte do crente. Ele não se torna impecável, mas luta contra seus pecados, e se
entristece a cada vez que perde para ele. Sua vida passa a ser em função da
esperança de um dia, seja pela sua morte, seja pela vinda de Jesus Cristo,
estar junto de Deus plenamente novamente.
Um cristão NÃO exerce religiosidade com o fim de
receber proteção, bênçãos terrenas de Deus, prosperar, ser exaltado, se tornar
uma pessoa melhor, ter saúde, ser reconhecido, ser feliz, ter muitos anos de
vida ou ver seu país governado por um bom presidente.
A razão
final pela qual um cristão caminha pela fé, é receber de volta o maior bem que
uma criatura pode ter: Deus! Eis o sentido de vida para um cristão: viver para
glória de Deus, e morrer confiando em Cristo para um dia ser recebido por Deus
em seu Reino e unir-se a Ele para todo o sempre.